Abordando temas simples, a poeta – como gosta de ser chamada – Mirian Teodózio em seu livro O Homem que Anotava, publicado em 2014, constrói uma poesia capaz de provocar sensações múltiplas ao longo de sua obra. Mirian nasceu em Maracanaú e escreve poesia desde os dez anos de idade. O livro é composto por 53 poemas escritos durante a sua pré-adolescência e adolescência. “Alguns são um tanto autobiográficos”, afirma. Segundo ela, os versos mais íntimos de sua obra primogênita são: 058, 2:53, Memorando e Passarinho. A morte aparece como tema frequente direta ou indiretamente em sua obra. A jovem diz que é impossível não escrever sobre a morte porque ela caminha sincronicamente ao lado da vida.
  
  

Mirian escolheu para título do livro um poema. “Conheci um professor num desses lugares que precisamos ir para nos sentir mais perto das pessoas. Ele contou que vivera uma situação tão ridícula que precisou anotá-la para não esquecê-la. Pronto! Aquilo me obrigou a escrever! Então surgiu O Homem que Anotava”.


(...)

Talvez o homem que anotava –
Ainda anote em folhas sujas o choril.
As saudades de quando a gente sonhava
Com os verdes campos e as auroras do Brasil.

“Quando escrevo, me sinto mais humana. Entendo que só assim posso fazer parte do mundo, mesmo que seja de um mundo por mim criado”.


Voa Borboleta amarela
Mas antes me ensine a borboletear...

Os versos retirados do poema A Borboleta Amarela, perpassam o desejo de voar junto a uma borboleta, que, segundo a autora, pode ter tanta independência quanto os pássaros. Para a poeta, o poema às vezes é o retrato de um acontecimento/circunstância, assim, a Borboleta amarela realmente existiu, e, “como que por vontade divina, atravessou o meu caminho”. 

Mirian Teodózio afirma que não pretende parar de ‘poetar’ e que já tem outro livro poético em gestação. “Eu não penso em prosa, meus pensamentos me vêm em poesia”.

(...)

Meus pensamentos 
São auroras.
Vagando nas horas
Em poucos momentos.
Meus pensamentos
São versos.
Eternos,
Pensamentos.

“Desejo que os meus poemas sejam conhecidos. Todo escritor almeja por isso. Mirian tenta, em cada verso, fazer conhecer a poesia. O Homem que Anotava nada mais é do que um anúncio simbólico: Ela está aqui! 



Por Germana Pinto

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